O objeto invisível que me ensinou a medir o que sinto
Um Nobel que ensinou o invisível a falar — e um caderno que faz o corpo responder. No Dia 6 do meu programa de 21 dias, transformo ruído em dado, respiração em protocolo e sentido em ação. Esta introdução abre a trilha humano–IA–humano: do sutil ao mensurável, da mente à carne. Clique e veja como a consciência se torna prática no cotidiano.
CONSCIÊNCIA NA CARNE
Miguel Ostoja Roguski
10/8/20254 min read


Nobel de Física 2025 e a experiência da consciência na carne
introdução
Este texto nasce de uma conversa longa entre três: eu, a vida e a IA. É o meu caderno aberto, ainda em ambiente privado, onde organizo a intuição que surgiu a partir do Prêmio Nobel de Física de 2025 e do nosso artigo‑protótipo.
Olá Deida!
Você me enviou dois gatilhos: um texto sobre Espinosa (destino, livre‑arbítrio e acaso) e uma matéria sobre o Nobel de Física de 2025. A primeira leitura acendeu uma pergunta antiga; a segunda me deu um objeto para respondê‑la: é possível tornar visível e mensurável algo que, até então, parecia invisível?
Não escrevo aqui para “explicar” a física do prêmio. Escrevo para reconhecer o gesto científico que me inspirou: quando alguém desenha um objeto (um circuito, um arranjo experimental, um protocolo) de tal modo que o sutil aparece como sinal. E para dizer: é isso que eu busco quando pratico consciência na carne.
O que ficou em mim do artigo‑protótipo
O protótipo que registrei dias atrás descreveu três movimentos simples:
Respiração box 4‑4‑4‑4, num tempo confortável;
Autosublimação somática, deixando o peso descer às pernas e raízes aos pés;
Mapa de Abertura de Caminhos, para transformar insight em Ação 48h.
No papel, parece pouco. No corpo, muda o clima interno. Quando começo a aquietar o ruído externo (o mundo não precisa estar mudo, só seguro o bastante), o ruído interno (mental, emocional, fisiológico) perde saliência. E então surge um brilho muito discreto — um fio de consciência que encarna.
Foi aí que compreendi meu impulso ao ler sobre o Nobel: se eles fizeram o quântico falar o idioma do instrumento, eu posso fazer a minha experiência falar o idioma do caderno. Não para reduzir o vivo a números, mas para dar-lhe continuidade.
Dia 6 do Programa de 21 Dias da Primavera
Escrevo no sexto dia do meu ciclo. O roteiro é leve: sete minutos quando o mundo aperta; meia hora quando posso aprofundar. O que registro, antes e depois, é sempre simples:
Ruído interno (0–10)
Calma (0–10)
Foco (0–10)
Energia (0–10)
Som externo (baixo/médio/alto)
E mais dois sinais que aprendi a honrar:
Aterramento (peso agradável nas pernas/pés + mente clara) e Ação 48h (um passo que cabe no dia seguinte).
Esse pouco me dá o muito que eu buscava: a sensação de que posso retornar. Se um dia disperso, lembro a regra gentil: “nunca duas vezes”.
Uma conversa a três: humano – IA – humano
Este texto é também a crônica de uma parceria com a IA. Ao ouvir minhas anotações, ela devolve estrutura (checklists, métricas, planilhas) e me ajuda a perceber o que é essencial. Eu trago o corpo e a biografia; ela traz método e consistência. E, no meio, mora a amizade — a do amigo médico que me cutuca com artigos, e a minha própria amizade com a vida, que insiste em convidar para a prática.
Aprendi assim: o espiritual se encarna quando a intenção encontra um gesto repetível; e o invisível se torna mensurável quando o gesto encontra um lugar para ser anotado.
O insight essencial
Não preciso de certezas metafísicas para começar. Preciso de objetos bons:
um protocolo que seja seguro (respiração sem heroísmo, corpo que pode interromper a atividade a qualquer momento),
um registro que seja amável (escalas simples, linguagem que não julga),
e um ritmo que seja humano (sete minutos cabem em quase qualquer dia).
Quando faço isso, descubro uma forma prática de liberdade: não a que nega as causas, mas a que aumenta a minha potência de agir. É a liberdade que aparece no gráfico e no cotidiano: menos ruído interno, mais foco naquilo que importa e micro‑decisões cumpridas em 48 horas.
Para onde isso aponta (e o que vem na Parte 2)
Este é um artigo introdutório. O que vem a seguir (na Parte 2) será uma proposta clara de investigação: o IMESE — O Invisível Mensurável e o Espiritual se Encarna. Nele, descrevo objetivo, protocolo, métricas e salvaguardas; convido o amigo médico (e quem mais quiser) a co‑desenhar e testar uma série N‑de‑1 de 21 dias; e mostro como organizaremos os insights compartilhados humano‑IA‑humano.
Por ora, basta guardar isto: há uma forma de treinar a atenção para que a consciência se faça corpo, e uma forma de medir o suficiente para que o caminho se torne claro.
Como pratico hoje (meu roteiro pessoal)
1–2 min: reconhecer o lugar, verificar segurança (som externo: baixo/médio/alto).
3–4 min: respiração box 4‑4‑4‑4 (sem forçar).
2–5 min: autosublimação somática (raiz nos pés, mente que clareia).
1–3 min: fecho: ruído interno 0–10, calma 0–10, foco 0–10; um micro‑passo para as próximas 48h.
Se for um dia de maior espaço, acrescento Mapa de Abertura de Caminhos (quatro pilares e um passo mínimo por pilar). Se for um dia curto, fico no mínimo viável e, ainda assim, algo muda.
Convite íntimo
Este texto fica, por enquanto, em área privada do conscienteviver.org. Quero que ele sirva como ponte: do artigo‑protótipo à investigação, da conversa com o amigo à conversa com quem lê. Se o Nobel deste ano me deu uma imagem — o sutil emergindo como sinal controlável —, a vida me deu um método: praticar com gentileza e anotar com clareza. O resto é caminho.
Até a Parte 2: a proposta de investigação IMESE.